POA_Inquieta: Os açorianos do século XXI

Luís Villwock & Giovanni Comunello Jr, com a colaboração de Ângela Baldino e ilustração de Moyses Costa.

 

 

Quantos somos hoje (fev/2019) no Poa_Inquieta?

Enquanto éramos um único grupo de Whatsapp, sabíamos quantos e quem éramos.

Hoje já somos 24 Spins oficiais e continuamos crescendo. As apostas estavam entre 900 e 1500 Inquietos. Para não ficarmos na dúvida, resolvemos contabilizar e conclui que até 22/02/2019, somos 1289 Inquietos, distribuídos em 24 grupos de Whatsapp. Destes 1289 Inquietos: 61% participam de apenas um grupo; 29% participam de 2 a 4 grupos; 7% participam de 5 a 10 grupos; e 3% participam de mais 10 grupos.

Mas como explicar tal crescimento de engajamento social tão exponencial, em uma cidade que há muito vinha perdendo seu sex appeal?

Muitas hipóteses, opiniões diversas, inquietações permanentes, demandas ilimitadas, enfim…. muitas conversas de roda (presenciais e virtuais) pela frente.

Neste breve recorte do tempo, queremos apenas enaltecer alguns aspectos que julgamos pertinentes e capazes de provocar a investigação/análise/explicações do comportamento e a evolução da dinâmica orgânica deste movimento de grande engajamento cidadão, entorno de uma cidade que nos identifica e pelo qual somos inquietamente apaixonados.

Claro que a intenção nunca será cercear/engessar/burocratizar o seu crescimento, mas ao contrário, acompanhar este processo com um único propósito:

Fazer com que o ESPÍRITO que nos uniu, permaneça vivo e crescente na mente e na alma de cada um de nós.

O importante é que foi disparado um processo ímpar nesta cidade, e este fato pode ter alguma correlação com o nosso DNA fundante.

Porto Alegre foi fundada por 60 casais açorianos, que vieram para cá no intuito e esperança de prosperarem e se desenvolverem em terras novas. Aqui encontraram recursos naturais únicos que possibilitaram estabelecer uma civilização própria.

Como todo o crescimento, a cidade gerou desenvolvimento positivo em muito aspectos e externalidades negativas em muitos outros.
De fato, todo o crescimento orgânico, se não há uma orquestração celular eficaz, através de uma diferenciação de funções, interesses e cuidados específicos; a célula morre por gigantismo, geralmente ocasionado por falta de irrigação das periferias de sua fronteira, muito provavelmente pela redução de trocas necessárias com o seu meio circundante.

Um movimento celular para permanecer sadio, precisa realizar trocas intensas e permanentes com seu meio provedor de energia e outros recursos indispensáveis a sua sustentabilidade.

Assim, caso esta eficiência energética se reduza, a célula precisa se multiplicar e se diferenciar para continuar fazendo sentido, formando tecidos sociais distintos, mas ao mesmo tempo, absolutamente sinérgicos e complementares.

Quem tiver maior curiosidade sobre este tema tão caro à biologia celular, recomenda-se estuda o famoso Ciclo de Krebs
Esta é a razão pelo qual estamos formando “n” Spins (organizações por temas de interesse específico).

Desta forma, o trabalho de sistematização e acompanhamento sistemático torna-se absolutamente fundamental, como um dos indicadores de avaliação de performance, desenvolvimento e condução propositiva de evolução e vigília deste MOVIMENTO CIVILIZANTE.

Entende-se aqui civilização na perspectiva evolucionista, como um estágio mais avançado de determinada sociedade humana, caracterizada basicamente pela sua fixação ao solo, mediante construção de cidades, marcada por mudanças e permanências, seja por aceleração evolutiva (ou estagnação cultural), devido à dinâmica da própria cultura. Portanto, a literatura apontada por alguns revela que o processo civilizador se manifesta numa cadeia de lentas transformações dos padrões sociais de auto-regulação e caminha rumo a uma direção específica de forma não linear e evolutiva, mais de modo contínuo, com impulsos e contra-impulsos alternados.

Assim, muito interessante será o acompanhamento das trocas entre os indivíduos de cada SPIN, através da combinação e geração de “n” projetos que serão avaliados por “grandes” iniciativas e eficazes “nano” acabativas.

Na sequência, poderemos construir grafos (mapas de relacionamento) como este que observamos na d.School, localizada em Stanford University, California e em Potsdam University, nos arredores de Berlim. Desta forma, seremos capazes de identificar todas as pessoas, organizações e patrocinadores comprometidos (stakeholders), seus projetos a eles vinculados e, principalmente, as consolidadas e emergentes conexões que se estabelecem a partir deste grande movimento.

Acreditamos que estamos fazendo honrar o conceito explícito de nossa cidade: PORTO, porque não há melhor arranjo espacial para estabelecer trocas/sinapses (idas e vindas de energia), recursos, culturas, diversidades…., do que um PORTO.

Mas, para fazer sentido e justificar toda a mobilização desta gente e seus recursos, capazes de atraírem talentos, grandes e ousados projetos, com chances de se tornarem DISRUPTIVOS, RELEVANTES & IMPACTANTES para a toda a sociedade, torna-se imperioso que se organize esta ação com muita ALEGRIA, PAIXÃO, COMPROMETIMENTO E ENGAJAMENTO.

Parabéns aos GRANDES ARTICULADORES, os senhores estão fazendo HISTÓRIA para as novas gerações que muito se orgulharão deste desafiador trabalho de resgate cidadão.

Ao mesmo tempo, estamos e estaremos honrando a CORAGEM, OUSADIA & ESPERANÇA daqueles 60 casais fundantes, lá no século XVII, desta inquieta e vibrante cidade.

VAMOS EM FRENTE, porque isto é só o começo. Se hoje somos mais de mil, amanhã seremos centenas de milhares. Um grande futuro nos aguarda. E ISTO FAZ E FARÁ TODA A DIFERENÇA para a/o PORTO ALEGRE que todos queremos e merecemos viver e prosperar !!!